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Há um mal que tenho visto debaixo do sol e que mui frequente é entre os homens: |
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um homem a quem Deus deu riquezas, fazenda e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe dá poder para daí comer; antes, o estranho lho come; também isso é vaidade e má enfermidade. |
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Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma se não fartar do bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele, |
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porquanto debalde veio e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome. |
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E, ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal. |
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E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? |
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Todo trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça. |
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Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos? |
9 |
Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito. |
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Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem e que não pode contender com o que é mais forte do que ele. |
11 |
Sendo certo que há muitas coisas que aumentam a vaidade, que mais tem o homem de melhor? |
12 |
Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol? |