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Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? |
2 |
Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? |
3 |
Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. |
4 |
Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. |
5 |
Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, |
6 |
ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada, por moradas? |
7 |
Ri-se do arruído da cidade; não ouve os muitos gritos do exator. |
8 |
O que descobre nos montes é o seu pasto, e anda buscando tudo que está verde. |
9 |
Querer-te-á servir o unicórnio ou ficará na tua cavalariça? |
10 |
Ou amarrarás o unicórnio ao rego com uma corda, ou estorroará após ti os vales? |
11 |
Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho? |
12 |
Ou te fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha na tua eira? |
13 |
Bate alegre as asas o avestruz, que tem penas de cegonha; |
14 |
ele deixa os seus ovos na terra e os aquenta no pó. |
15 |
E se esquece de que algum pé os pode pisar, ou de que podem calcá-los os animais do campo. |
16 |
Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, porquanto está sem temor. |
17 |
Porque Deus o privou de sabedoria e não lhe repartiu entendimento. |
18 |
A seu tempo se levanta ao alto; ri-se do cavalo e do que vai montado nele. |
19 |
Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas? |
20 |
Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas. |
21 |
Escarva a terra, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados. |
22 |
Ri-se do temor, e não se espanta, e não torna atrás por causa da espada. |
23 |
Contra ele rangem a aljava, o ferro flamante da lança e o dardo. |
24 |
Sacudindo-se e removendo-se, escarva a terra e não faz caso do som da buzina. |
25 |
Ao soar das buzinas, diz: Eia! E de longe cheira a guerra, e o trovão dos príncipes, e o alarido. |
26 |
Ou voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas para o sul? |
27 |
Ou se remonta a águia ao teu mandado e põe no alto o seu ninho? |
28 |
Nas penhas, mora e habita; no cume das penhas, e nos lugares seguros. |
29 |
Dali, descobre a presa; seus olhos a avistam desde longe. |
30 |
Seus filhos chupam o sangue; e onde há mortos, ela aí está. |