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Respondeu mais Eliú e disse: |
2 |
Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim. |
3 |
Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida. |
4 |
O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom. |
5 |
Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. |
6 |
Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão. |
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Que homem há como Jó, que bebe a zombaria como água? |
8 |
E caminha em companhia dos que praticam a iniquidade, e anda com homens ímpios? |
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Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus. |
10 |
Pelo que vós, homens de entendimento, escutai-me: longe de Deus a impiedade, e do Todo-Poderoso, a perversidade! |
11 |
Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho. |
12 |
Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo. |
13 |
Quem lhe entregou o governo da terra? E quem dispôs a todo o mundo? |
14 |
Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego, |
15 |
toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó. |
16 |
Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto; inclina os ouvidos à voz do meu discurso. |
17 |
Porventura, o que aborrecesse o direito governaria? E quererás tu condenar aquele que é justo e poderoso? |
18 |
Ou dir-se-á a um rei: Oh! Belial? Ou, aos príncipes: Oh! Ímpios? |
19 |
Quanto menos àquele que não faz acepção da pessoa de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obra de suas mãos. |
20 |
Eles, num momento, morrem; e, até à meia-noite, os povos são perturbados e passam, e os poderosos são tomados sem mão. |
21 |
Porque os olhos de Deus estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos. |
22 |
Não há trevas nem sombra de morte onde se escondam os que praticam a iniquidade. |
23 |
Porque não precisa considerar muito no homem para o fazer ir a juízo diante de Deus. |
24 |
Ele quebranta os fortes, sem que se possa inquirir, e põe outros em seu lugar. |
25 |
Ele conhece, pois, as suas obras; de noite, os transtorna, e ficam moídos. |
26 |
Ele bate-lhes como ímpios que são à vista de quem os contempla; |
27 |
porquanto se desviaram dele, e não compreenderam nenhum de seus caminhos, |
28 |
para fazer que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos. |
29 |
Se ele aquietar, quem, então, inquietará? Se encobrir o rosto, quem, então, o poderá contemplar, seja para com um povo, seja para com um homem só? |
30 |
Para que o homem hipócrita nunca mais reine, e não haja laços no povo. |
31 |
Na verdade, quem disse a Deus: Sofri, não pecarei mais; |
32 |
o que não vejo, ensina-mo tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer? |
33 |
Virá de ti como há de ser a recompensa, para que tu a desprezes? Faze tu, pois, e não eu, a escolha; que é, logo, o que sabes? Fala! |
34 |
Os homens de entendimento dirão comigo, e o varão sábio, que me ouvir: |
35 |
Jó falou sem ciência; e às suas palavras falta prudência. |
36 |
Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos. |
37 |
Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate as palmas e multiplica contra Deus as suas razões. |