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Respondeu, porém, Jó e disse: |
2 |
Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras? |
3 |
Já dez vezes me envergonhastes; vergonha não tendes de contra mim vos endurecerdes. |
4 |
Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro. |
5 |
Se deveras vos levantais contra mim e me arguís pelo meu opróbrio, |
6 |
sabei agora que Deus é que me transtornou e com a sua rede me cercou. |
7 |
Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido; grito: Socorro! Mas não há justiça. |
8 |
O meu caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. |
9 |
Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça. |
10 |
Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore. |
11 |
E fez inflamar contra mim a sua ira e me reputou para consigo como um de seus inimigos. |
12 |
Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda. |
13 |
Pôs longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem deveras me estranharam. |
14 |
Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. |
15 |
Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos. |
16 |
Chamei a meu criado, e ele me não respondeu; cheguei a suplicar com a minha boca. |
17 |
O meu bafo se fez estranho a minha mulher; e a minha súplica, aos filhos do meu corpo. |
18 |
Até os rapazes me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim. |
19 |
Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim. |
20 |
Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes. |
21 |
Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou. |
22 |
Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne vos não fartais? |
23 |
Quem me dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro! |
24 |
E que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! |
25 |
Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. |
26 |
E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. |
27 |
Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim. |
28 |
Na verdade, que devíeis dizer: Por que o perseguimos? Pois a raiz da acusação se acha em mim. |
29 |
Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo. |