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E, dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo e o matariam. |
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Mas eles diziam: Não na festa, para que, porventura, se não faça alvoroço entre o povo. |
3 |
E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. |
4 |
E alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício de unguento? |
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Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela. |
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Jesus, porém, disse: Deixai-a, para que a molestais? Ela fez-me boa obra. |
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Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes. |
8 |
Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. |
9 |
Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória. |
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E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lho entregar. |
11 |
E eles, ouvindo-o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria em ocasião oportuna. |
12 |
E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando sacrificavam a Páscoa, disseram-lhe os discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer a Páscoa? |
13 |
E enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem que leva um cântaro de água vos encontrará; segui-o. |
14 |
E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? |
15 |
E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali. |
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E, saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como lhes tinha dito, e prepararam a Páscoa. |
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E, chegada a tarde, foi com os doze. |
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E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me. |
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E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Porventura, sou eu, Senhor? E outro: Porventura, sou eu, Senhor? |
20 |
Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que mete comigo a mão no prato. |
21 |
Na verdade o Filho do Homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido. |
22 |
E, comendo eles, tomou Jesus pão, e, abençoando-o, o partiu, e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. |
23 |
E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. |
24 |
E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado. |
25 |
Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele Dia em que o beber novo, no Reino de Deus. |
26 |
E, tendo cantado o hino, saíram para o monte das Oliveiras. |
27 |
E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque escritoestá: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão. |
28 |
Mas, depois que euhouver ressuscitado, irei adiante de vós para a Galileia. |
29 |
E disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu. |
30 |
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. |
31 |
Mas ele disse com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também. |
32 |
E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. |
33 |
E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João e começou a ter pavor e a angustiar-se. |
34 |
E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai. |
35 |
E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. |
36 |
E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres. |
37 |
E, chegando, achou-os dormindo e disse a Pedro: Simão, dormes? Não podes vigiar uma hora? |
38 |
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. |
39 |
E foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. |
40 |
E, voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam carregados, e não sabiam o que responder-lhe. |
41 |
E voltou terceira vez e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. |
42 |
Levantai-vos, vamos; eis que está perto o que me trai. |
43 |
E logo, falando ele ainda, veio Judas, que era um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e dos anciãos, e, com ele, uma grande multidão com espadas e porretes. |
44 |
Ora, o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o e levai-o com segurança. |
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E, logo que chegou, aproximou-se dele e disse-lhe: Rabi, Rabi. E beijou-o. |
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E lançaram-lhe as mãos e o prenderam. |
47 |
E um dos que ali estavam presentes, puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha. |
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E, respondendo Jesus, disse-lhes: Saístes com espadas e porretes a prender-me, como a um salteador? |
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Todos os dias estava convosco ensinando no templo, e não me prendestes; mas isto é paraque as Escrituras se cumpram. |
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Então, deixando-o, todos fugiram. |
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E um jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe as mãos, |
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mas ele, largando o lençol, fugiu nu. |
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E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e os escribas. |
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E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote e estava assentado com os servidores, aquentando-se ao lume. |
55 |
E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algum testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam. |
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Porque muitos testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes. |
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E, levantando-se alguns, testificavam falsamente contra ele, dizendo: |
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Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derribarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. |
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E nem assim o testemunho deles era coerente. |
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E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti? |
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Mas ele calou-se e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? |
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E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. |
63 |
E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? |
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Vós ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte. |
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E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe: Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas. |
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E, estando Pedro embaixo, no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote; |
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e, vendo a Pedro, que estava se aquentando, olhou para ele e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno. |
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Mas ele negou-o, dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes. E saiu fora ao alpendre, e o galo cantou. |
69 |
E a criada, vendo-o outra vez, começou a dizer aos que ali estavam: Este é um dos tais. |
70 |
Mas ele o negou outra vez. E, pouco depois, os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente, tu és um deles, porque és também galileu. |
71 |
E ele começou a imprecar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais. |
72 |
E o galo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás tu. E, retirando-se dali, chorou. |