Isaías
Ó! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes se escoassem diante da tua face!
Como quando o fogo inflama a lenha e faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, assim as nações tremessem da tua presença!
Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da tua face.
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera.
Saíste ao encontro daquele que se alegrava e praticava justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos; neles há eternidade, para que sejamos salvos.
Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas, como um vento, nos arrebatam.
E já ninguém há que invoque o teu nome, que desperte e te detenha; porque escondes de nós o rosto e nos fazes derreter, por causa das nossas iniquidades.
Mas, agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.
Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniquidade; eis, olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo.
As tuas santas cidades estão feitas um deserto; Sião está feita um deserto, Jerusalém está assolada.
A nossa santa e gloriosa casa, em que te louvavam nossos pais, foi queimada; e todas as nossas coisas mais aprazíveis se tornaram em assolação.
Conter-te-ias tu ainda sobre estas calamidades, ó Senhor? Ficarias calado, e nos afligirias tanto?