Jó
Respondeu mais Eliú e disse:
Tens por direito dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus?
Porque disseste: De que te serviria? Que proveito tiraria mais do que do meu pecado?
Eu te darei resposta, a ti e aos teus amigos contigo.
Atenta para os céus e vê; e contempla as mais altas nuvens, que estão mais altas do que tu.
Se pecares, que efetuarás contra ele? Se as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás?
Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá da tua mão?
A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça aproveitaria a um filho do homem.
Por causa da grandeza da opressão eles clamam; eles clamam por causa do braço dos grandes.
Mas ninguém diz: Onde está Deus, que me fez? Que dá salmos entre a noite?
Que nos faz mais doutos do que os animais da terra e nos faz mais sábios do que as aves dos céus?
Clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância dos maus.
Certo é que Deus não ouvirá a vaidade, nem atentará para ela o Todo-Poderoso.
E quanto ao que disseste, que o não verás, juízo há perante ele; por isso, espera nele.
Mas agora, porque a sua ira ainda se não exerce, nem grandemente considera a arrogância,
logo, Jó em vão abre a sua boca e sem ciência multiplica palavras.