Cantares de Salomão
De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o achei.
Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o achei.
Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade; eu perguntei-lhes: Vistes aquele a quem ama a minha alma?
Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem ama a minha alma; detive-o, até que o introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me gerou.
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.
Quem é esta que sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumada de mirra, de incenso e de toda a sorte de pós aromáticos?
Eis que é a liteira de Salomão; sessenta valentes estão ao redor dela, dos valentes de Israel.
Todos armados de espadas, destros na guerra; cada um com a sua espada à cinta, por causa dos temores noturnos.
O rei Salomão fez para si um palanquim de madeira do Líbano.
Fez-lhe as colunas de prata, o estrado de ouro, o assento de púrpura, o interior revestido com amor pelas filhas de Jerusalém.
Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão com a coroa com que o coroou sua mãe no dia do seu desposório e no dia do júbilo do seu coração.